sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Era o pretérito imperfeito...

Ora era a camiseta, ora a maquiagem, ora o sapato, os livros que lia, as músicas que escutava, o jeito que dançava, as muitas coisas que era, que fizera, as muitas coisas que não era, que não sabia e não que não seria.
Faltava lhe tudo, sobrava lhe tudo, não era...
Pensava que seria, mas como haveria de ser, se, ela não era, não tinha, não seria, não sabia, não fazia, não media???!!!
As muitas coisas que ela não era, revelavam quem era ela de fato!!!
Tudo e nada, nenhum mistério, enigma a ser desvendado... Preto, branco, multi color, furta cor, era o pretérito imperfeito, era o imperfeito na sua essência de menina mulher e ao mesmo tempo simples como tinha de ser, pois isso ela sempre seria!

domingo, 17 de outubro de 2010

Um dia me disseram...

Que o girassol que enfeita a mesa, não seja só um enfeite escolhido de forma aleatória na floricultura, mas que tenha razão de ser, de estar ali.
Que a canção tocada no violão não seja apenas um mero flerte, mas algo para tocar o coração.
Que o dia que nasce não seja visto apenas como mais um dia qualquer, mas sim como o dia que Ele nos presenteou para fazermos dele o melhor dia de nossas vidas.
Que nunca fechemos os nossos olhos para as injustiças, mas que nos alegremos quando a verdade e justiça prevalecer.
Que sejamos menos de nós para lutarmos por algo maior...
Que o amor não seja feito apenas de palavras, mas de ações, que amemos uns aos outros de verdade!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Viver...

Para os erros o arrependimento e o perdão.
Para os fracassos uma nova chance.
Para o amor... o tempo!!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Apesar de você...

Primeiro passou desapercebida, Médici mandou censurar e ficou proibida de tocar nas rádios, enfim, Apesar de você, hoje tocou no meu rádio e eu cantei com toda revolta e alegria.
Revolta pelas atrocidades que foram cometidas pela mulher mandona, autoritária e sem escrúpulos que você foi, cerceou direitos, torturou, causou dor, sofrimento e alegria por ouvir o galo cantando livre, sem parar...
Apesar de você, hoje posso viver o sonho daqueles que foram dilacerados por sua estupidez!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O homem e os grilhões do ideal!

A vida ideal,
o relacionamento ideal,
a profissão ideal,
o carro ideal,
o quadro ideal,
a música ideal,
a cor ideal,
o livro ideal,
o texto ideal,
o discurso ideal,
a roupa ideal,
a bebida ideal,
a margarina ideal,
o encontro ideal,
o torpedo ideal,
a piada ideal,
o capitalismo e o ideal,
a sociedade consumista e o ideal,
o homem e o ideal,
o homem, o ideal e a frustração,
o homem, o ideal, a frustração e doses de Prozac
o homem, o ideal, a frustração, as doses de Prozac e a solidão.
o homem e os grilhões do ideal!
Liberte-se dos rótulos, de ideologias que não condizem com aquilo que você acredita, liberte-se dos grilhões que o impedem de ser quem de fato você é, de ser feliz!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Palavras e Silêncio.

Ele estava ali sentando no sofá, com o coração batendo
treslucamente, estava nervoso, não sabia o que dizer,
o que fazer, suas pernas tremiam, suas mãos suavam,
ele queria que ela o acalmasse, que falasse ou fizesse algo
respirou fundo...subitamente tudo caiu no silêncio e só o barulho
das porcelanas se fazia ouvir na cozinha.
Ela voltou com duas xícaras de café, sentou se ao lado dele,
segurou suas mãos trêmulas e disse:
Apenas segure minhas mãos, venha comigo e não fale nada!
Foram até a janela, se abraçaram ficaram ali calados, a lua ia ganhando
colorido, a lua já não era mais tão branca, mas ainda exibia uma tonalidade
clara, sem aquele brilho frio das noites de inverno.
E as pernas dele não tremiam mais, as mãos já não suavam, ele estava calmo,
não teve vontade de dizer nada, só conseguia lembrar de um ditado que sua mãe falava
"as vezes o silêncio vale mais do que mil palavras."

Um lugar para chamar de Lar

Enquanto esperava o horário de partida, sentou-se no banco da estação
de ônibus, olhou o relógio, ainda faltava quarenta minutos para voltar
para sua casa, ela ia voltar!
Olhava ao redor, pensando como aquele lugar era pequeno
e cercado nos quatro cantos de simplicidade, beleza e natureza,
gostava de tudo naquele lugar, saiu da estação e foi andar pela praça.
Os cabelos exageradamente ruivos pareceram-lhe
ainda mais vibrantes devido aos raios que recebiam do sol,
caminhava lentamente observando tudo,
como se fosse uma criança que acabava de chegar ao mundo.
O vento soprou e ela sorriu, deixou a alegria que emanava das maravilhas
daquele lugar tomar conta do seu ser, contemplou cada cor,
cada sorriso, cada flor, cada gesto como não havia feito antes, olhou o relógio
e viu que já estava na hora de partir, entrou no ônibus voltou para casa.
Comprou uma lata de tinta, pintou as paredes da sala de branco, chorou, cantou, sorriu, guardou seus pertences em uma caixa, pegou a mochila
e partiu feliz para o lugar pequeno, cercado nos quatro cantos de simplicidade, finalmente enfeitaria a mesa com o girassol e pregaria na parede a placa de madeira que ganhará de presente e estava guardada há tempos, com aquela frase curta e clichê, que tanto gostava: Lar doce Lar!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Eu...

Eu sou as cores de Frida Kalo, o amor fervoroso das poesias de Neruda, as sonatas para piano de Mozart, sou como o pianoforte capaz de produzir som com alta intensidade, sou o solo vibrante de Hendrix, as rimas de amor de Caetano, a eloqüência das letras de Lenine, sou as folhas de sonho no jardim...

E sou a História, filha do meu tempo, querendo ser problematizada, interpretada, com minhas inquietações e convicções, eu sou o tempo memorável, passado e presente, sou sujeito na História e não objeto dela...
Eu sou o amor exagerado de Shakespeare, o suspiro de paixão, a lembrança que chega de repente, o desejo ardente que se faz presente, as lágrimas no meio do filme, a gargalhada incontida, tenho a ternura de uma menina num corpo de mulher.

Eu sou eu e minhas circunstâncias, um coração pulsando, tentando viver por algo maior!!!!

Eu, você e a ideologia fatalista do determinismo!

Não, eu não estou tendo uma crise existencial, definitivamente não!
Só estou tentando fazer uma breve reflexão sobre a conotação da expressão “A realidade é assim mesmo”. Que tanto me incomoda, que muitas vezes fez com que eu deixasse de ser afável e assumisse uma postura ríspida.

Não quero contemplar com esse discurso neoliberalista, universal, monótono, repetitivo e fatalista que foi incutido no imaginário das pessoas, que está presente, no ônibus, na mesa de bar, na sala de espera do dentista, em nossas casas, um discurso laudatório, de que nada podemos contra a realidade social que, de histórica e cultural passou a ser “quase natural”.

Não dá para aceitar e justificar as mazelas do mundo e os conflitos internos, através dessa lógica determinista, posto que, a realidade não é inexorável, o homem é sujeito da história e o porvir não é algo pré-estabelecido, mas um desafio, por algo maior, bem, por igualdade, justiça e liberdade !

Precisamos emergir da esfera determinismo para a esfera da crítica, o silêncio, a complacência diante das injustiças resulta na imobilidade dos silenciados, na legitimação de ações desumanas e em ideologias que escravizam o homem.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ela

Ela me fitou com o brilho de seus olhos,

com a doçura de seu sorriso...

Nela está a pureza da poesia,

a frescura jovial da primavera,

Céus, ela me detem sem me tocar.

Ela é amor maior,

Aguarda o meu retorno, cruza seus joelhos no chão,

me empresta o colo, anseia me ouvir,

é o conforto das asas de um anjo...

Definitivamente é tudo o que preciso!

Me devolveu a poesia, me conduziu ao

próximo verso, ascendeu uma chama em meu coração

e está a espreita para que esta chama se mantenha acesa

É com ela que eu quero estar... e com ela segurar mãos pequeninas e

cantar a tão sonhada canção de ninar...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sobre campanhas eleitorais, vassouras e ratos!

Sim, a vassourinha do jingle da campanha eleitoral de Jânio Quadros, candidato da UDN para presidência da república em 1960 aparece a cada quatro anos nas campanhas eleitorais. As vezes de forma explícita, outras não, com ritmos diferentes, mas com o mesmo viés de cinquenta anos atrás, "Varrer a Bandalheira!".

Em ano eleitoral escândalos envolvendo o dinheiro público, dossiês, caixa dois, mensalão, vem à tona e é nesse momento que a idéia de moralizar a vida pública, que a ética e a moral são apresentadas aos eleitores como práticas políticas primárias, primordiais atreladas ao projeto de governo, seguida de discurso contundente de combate à corrupção, aquele velho discurso, que foi tema para a campanha de Jânio e que ganhou ritmo de marchinha: "varre, varre, vassourinha, varre, varre a bandalheira, que o povo tá cansado de sofrer dessa maneira".

Seria muito bom se tudo isso acontecesse, principalmente se o aparato criado para limpar fosse utilizado para este fim e não para ilustrar jingles e campanhas.

Porque, num mundo onde vassouras e bandalheiros coexistem, ratos fazem a festa!

Sobre Pessoas e Vazio...

Pessoas cheias de si, são pessoas vazias
coisas e garrafas são vendidas,
pessoas não poderiam se deixar vender, mas
vendem suas almas, sonhos, valores e coração.

Ás vezes só para andar na contra-mão, pura vaidade!
Eu que achava que o mal do século era o determinismo,
vejo esse conceito ir por água abaixo quando me deparo
com o vazio que norteia a vidas das pessoas cheias de si.

O vazio cria modelos, livros de auto-ajuda, gera traumas,
conflitos...

O mercado programa fantasias, o dinheiro contabilizou o
amor, que produziu pessoas cheias de si, cheias do vazio,
cheias do nada!

Vida e morte na lata de lixo.

Moscas, ratos, baratas, restos de comida, garrafas, bitucas de cigarro, fotos rasgadas, papéis amassados, pestilência de urinas rançosas...
É na lata de lixo que pára tudo aquilo que já não se quer mais, onde pessoas jogam seus corações e sentimentos e de outrem também.

É na lata de lixo que se encontram coisas vivas, mortas, homens, mulheres e de repente o que está vivo, pulsando quase sem força, respirando devagar, com suas cores desfalecendo, ali na lata de lixo só precisa ser resgatado, levado para casa com carinho para ser lavado, polido, cuidado e  transformado...

Num mundo em que o IDEAL predomina, a mulher ideal, o carro ideal, o perfume ideal, o penteado ideal, a roupa ideal, como o melhor para as vidas e os corações, eu prefiro estar aquém do que é  “idealizado”, pois é na lata de lixo que tudo  pode acontecer, está lá a Srª Realidade...

Onde o resto de comida pode ser a única refeição daquele que vaga pelas ruas, onde o que está perdido pode ser encontrado, os sentimentos podem renascer, coração pulsar como jamais havia pulsado antes...

Onde o lixo de um pode ser um tesouro a para o outro!

Doce de abóbora de coração mudou minha tarde!

Por um instante eu senti quanto o tempo passou, quando estava na bomboniere que eu freqüento desde os meus 7 anos aqui perto de casa, foi quando eu resolvi perguntar para uma atendente (que eu nem faço idéia de quem seja), se tinha balas SOFT e PAN, Dipilik, detalhe, ela nem deixou eu terminar de perguntar sobre os demais doces, enfim, ela com 15 anos a menos que eu, me olhou com desdém e falou: nossa, eu não conheço o que a SENHORA está pedindo, não temos esses doces aqui, nunca ouvi falar!

E eu, com meu sorriso amarelo agradeci e só conseguia pensar no quanto eu queria um doce gostoso e que me reportasse para uma outra época, onde as bombonieres não eram muitas, as pessoas que nos atendiam eram sempre educadas e os doces eram outros.
Mais do que adoçar nosso paladar, os doces fazem um trabalho maravilhoso de História e Memória. Alguns têm sabor específico, sabor de infância, de amor, carinho, alegria, travessura, inocência, meninice....

 Sim, eu sou saudosista e engasguei muito com as balas SOFT e PAN, ainda lembro do cheiro, das cores, do gosto inconfundível e de todas as guloseimas que fizeram os olhinhos de muitas crianças brilharem nos anos 80 inclusive os meus.
De repente uma nostalgia tomou conta de mim, lembrei de filmes, desenhos, programas de TV, roupas, revistas, “conjuntos”, gírias, naquela época era tudo massa, eu era criança, inocente, mas para mim tudo estava xuxu Beleza, eu, meu mundo de magia, cheio de fantasias, com músicas, cores, brincadeiras, doces e chocolates...
E depois dessa sessão nostalgia finalmente avistei  algo que gosto  desde os meus 7 anos, tanto quanto as balas:
Um pote cheio de doce de abóbora-de-coração, em meio a um largo sorriso e a nostalgia que voltava, estava eu ali, novamente naquele mesmo lugar, com um rabo de cavalo, na ponta do pé, com quase 27 anos, tentando alcançar o pote...  com o doce de abóbora-de-coração que tinha o sabor de algo que não se perdeu com o tempo!

As coisas boas e belas da vida são simples assim, como tem que ser, como um doce de abóbora de coração que mudou minha tarde!

Ama-se

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela Paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo calafrio que o outro lhe causa quando seus olhares se cruzam, aquela sensação de milhares de borboeltas no estômago, da perna ficar bamba, a vontade de ficar junto no inverno, verão, primavera e outuno, de partilhar a cama, um suspiro, o dia que foi ruim, uma conquista, as orações, um café da manhã, uma piada, as inquietudes, medos, desejos, sonhos, um chocolate quente numa praça numa num fim de tarde, uma poesia, uma música, a pipoca no cinema, os dias de paz, os dias de luta, a juventude, a velhice, as coisas simples e complexas da vida, uma vida!!

O amor não é uma equação matemática: eu bonita+inteligente+educada+você lindo+ inteligente+ divertido= dois apaixonados, felizes para sempre!!! O amor não requer fórrmulas, nem sequer perfeição!

Ama-se por acreditar que o amor, tudo pode, tudo crê, suporta... por isso eu nunca acreditei em equações matemáticas!

Hoje não tem crônica!

Uma folha de almaço em branco,
uma caneta Bic azul sem tampa na mesa,
um quarto com paredes lilás já desbotadas,
quadros, retratos, livros, tudo e nada.

Eis me aqui, um rosto pálido, um olhar triste,
um coração que chora a sua falta...
Hoje não tem verso, trova, poesia, música,
só dor e saudade...

Hoje não tem crônica de amor tresloucado.