terça-feira, 29 de junho de 2010

Ela

Ela me fitou com o brilho de seus olhos,

com a doçura de seu sorriso...

Nela está a pureza da poesia,

a frescura jovial da primavera,

Céus, ela me detem sem me tocar.

Ela é amor maior,

Aguarda o meu retorno, cruza seus joelhos no chão,

me empresta o colo, anseia me ouvir,

é o conforto das asas de um anjo...

Definitivamente é tudo o que preciso!

Me devolveu a poesia, me conduziu ao

próximo verso, ascendeu uma chama em meu coração

e está a espreita para que esta chama se mantenha acesa

É com ela que eu quero estar... e com ela segurar mãos pequeninas e

cantar a tão sonhada canção de ninar...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sobre campanhas eleitorais, vassouras e ratos!

Sim, a vassourinha do jingle da campanha eleitoral de Jânio Quadros, candidato da UDN para presidência da república em 1960 aparece a cada quatro anos nas campanhas eleitorais. As vezes de forma explícita, outras não, com ritmos diferentes, mas com o mesmo viés de cinquenta anos atrás, "Varrer a Bandalheira!".

Em ano eleitoral escândalos envolvendo o dinheiro público, dossiês, caixa dois, mensalão, vem à tona e é nesse momento que a idéia de moralizar a vida pública, que a ética e a moral são apresentadas aos eleitores como práticas políticas primárias, primordiais atreladas ao projeto de governo, seguida de discurso contundente de combate à corrupção, aquele velho discurso, que foi tema para a campanha de Jânio e que ganhou ritmo de marchinha: "varre, varre, vassourinha, varre, varre a bandalheira, que o povo tá cansado de sofrer dessa maneira".

Seria muito bom se tudo isso acontecesse, principalmente se o aparato criado para limpar fosse utilizado para este fim e não para ilustrar jingles e campanhas.

Porque, num mundo onde vassouras e bandalheiros coexistem, ratos fazem a festa!

Sobre Pessoas e Vazio...

Pessoas cheias de si, são pessoas vazias
coisas e garrafas são vendidas,
pessoas não poderiam se deixar vender, mas
vendem suas almas, sonhos, valores e coração.

Ás vezes só para andar na contra-mão, pura vaidade!
Eu que achava que o mal do século era o determinismo,
vejo esse conceito ir por água abaixo quando me deparo
com o vazio que norteia a vidas das pessoas cheias de si.

O vazio cria modelos, livros de auto-ajuda, gera traumas,
conflitos...

O mercado programa fantasias, o dinheiro contabilizou o
amor, que produziu pessoas cheias de si, cheias do vazio,
cheias do nada!

Vida e morte na lata de lixo.

Moscas, ratos, baratas, restos de comida, garrafas, bitucas de cigarro, fotos rasgadas, papéis amassados, pestilência de urinas rançosas...
É na lata de lixo que pára tudo aquilo que já não se quer mais, onde pessoas jogam seus corações e sentimentos e de outrem também.

É na lata de lixo que se encontram coisas vivas, mortas, homens, mulheres e de repente o que está vivo, pulsando quase sem força, respirando devagar, com suas cores desfalecendo, ali na lata de lixo só precisa ser resgatado, levado para casa com carinho para ser lavado, polido, cuidado e  transformado...

Num mundo em que o IDEAL predomina, a mulher ideal, o carro ideal, o perfume ideal, o penteado ideal, a roupa ideal, como o melhor para as vidas e os corações, eu prefiro estar aquém do que é  “idealizado”, pois é na lata de lixo que tudo  pode acontecer, está lá a Srª Realidade...

Onde o resto de comida pode ser a única refeição daquele que vaga pelas ruas, onde o que está perdido pode ser encontrado, os sentimentos podem renascer, coração pulsar como jamais havia pulsado antes...

Onde o lixo de um pode ser um tesouro a para o outro!

Doce de abóbora de coração mudou minha tarde!

Por um instante eu senti quanto o tempo passou, quando estava na bomboniere que eu freqüento desde os meus 7 anos aqui perto de casa, foi quando eu resolvi perguntar para uma atendente (que eu nem faço idéia de quem seja), se tinha balas SOFT e PAN, Dipilik, detalhe, ela nem deixou eu terminar de perguntar sobre os demais doces, enfim, ela com 15 anos a menos que eu, me olhou com desdém e falou: nossa, eu não conheço o que a SENHORA está pedindo, não temos esses doces aqui, nunca ouvi falar!

E eu, com meu sorriso amarelo agradeci e só conseguia pensar no quanto eu queria um doce gostoso e que me reportasse para uma outra época, onde as bombonieres não eram muitas, as pessoas que nos atendiam eram sempre educadas e os doces eram outros.
Mais do que adoçar nosso paladar, os doces fazem um trabalho maravilhoso de História e Memória. Alguns têm sabor específico, sabor de infância, de amor, carinho, alegria, travessura, inocência, meninice....

 Sim, eu sou saudosista e engasguei muito com as balas SOFT e PAN, ainda lembro do cheiro, das cores, do gosto inconfundível e de todas as guloseimas que fizeram os olhinhos de muitas crianças brilharem nos anos 80 inclusive os meus.
De repente uma nostalgia tomou conta de mim, lembrei de filmes, desenhos, programas de TV, roupas, revistas, “conjuntos”, gírias, naquela época era tudo massa, eu era criança, inocente, mas para mim tudo estava xuxu Beleza, eu, meu mundo de magia, cheio de fantasias, com músicas, cores, brincadeiras, doces e chocolates...
E depois dessa sessão nostalgia finalmente avistei  algo que gosto  desde os meus 7 anos, tanto quanto as balas:
Um pote cheio de doce de abóbora-de-coração, em meio a um largo sorriso e a nostalgia que voltava, estava eu ali, novamente naquele mesmo lugar, com um rabo de cavalo, na ponta do pé, com quase 27 anos, tentando alcançar o pote...  com o doce de abóbora-de-coração que tinha o sabor de algo que não se perdeu com o tempo!

As coisas boas e belas da vida são simples assim, como tem que ser, como um doce de abóbora de coração que mudou minha tarde!

Ama-se

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela Paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo calafrio que o outro lhe causa quando seus olhares se cruzam, aquela sensação de milhares de borboeltas no estômago, da perna ficar bamba, a vontade de ficar junto no inverno, verão, primavera e outuno, de partilhar a cama, um suspiro, o dia que foi ruim, uma conquista, as orações, um café da manhã, uma piada, as inquietudes, medos, desejos, sonhos, um chocolate quente numa praça numa num fim de tarde, uma poesia, uma música, a pipoca no cinema, os dias de paz, os dias de luta, a juventude, a velhice, as coisas simples e complexas da vida, uma vida!!

O amor não é uma equação matemática: eu bonita+inteligente+educada+você lindo+ inteligente+ divertido= dois apaixonados, felizes para sempre!!! O amor não requer fórrmulas, nem sequer perfeição!

Ama-se por acreditar que o amor, tudo pode, tudo crê, suporta... por isso eu nunca acreditei em equações matemáticas!

Hoje não tem crônica!

Uma folha de almaço em branco,
uma caneta Bic azul sem tampa na mesa,
um quarto com paredes lilás já desbotadas,
quadros, retratos, livros, tudo e nada.

Eis me aqui, um rosto pálido, um olhar triste,
um coração que chora a sua falta...
Hoje não tem verso, trova, poesia, música,
só dor e saudade...

Hoje não tem crônica de amor tresloucado.