quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Amor, bolinho de chuva e pingado com pão na chapa.

Não existe receita para amor, já pensou em como seria?! Ingredientes: você, seu amado (a), sentimentos; modo de preparo: pegue os ingredientes coloque os em um recipiente junto com: 1/4 dos sentimentos; 500 gramas de romantismo; tempere a gosto, mexa até ficar homogêneo, leve ao forno em 180 graus mantendo a temperatura média, depois de 45 minutos retire do forno e sirva a vontade. Receita ideal para duas pessoas! Seria lindo se fosse verdade, só que não, não existe receita, fórmula, teorema, tese, um "modo certo" para fazer você ter um "e viveram felizes para sempre" quando se trata de amor. Justamente porque o "felizes para sempre" é algo que não faz parte do cotidiano das pessoas 24 horas do dia, 7 dias da semana e os 365 dias do ano, mesmo que houvesse uma receita toda bonitinha de como fazer tudo certo, ainda sim, correríamos o risco de errar por conta da nossa condição humana, somos imperfeitos. Eu não sou o Alex Atala na cozinha, mas mesmo tendo alguns dotes culinários e fazendo a mesma receita que foi passada de geração em geração as vezes acontece de não sair como previsto, de ter que apelar para o improviso, de você querer mudar alguma coisa, até mesmo "o modo de fazer" na última hora, quem gosta de cozinhar já passou por isso e sabe do que estou falando, as vezes o prato tem uma infinidade de ingredientes que, ou são muito requintados e você vê que pode usar outros, ou não estão disponível no seu armário e você corre para o simples, se vira nos trinta e mesmo não usando a receita milenar o negócio dá certo, só que em alguns casos não rola, aí você simplesmente abre uma garrafa de água com gás para ajudar a descer. Enfim, com o amor a regra não é a mesma, tem uma citação do Machado de Assis que gosto e me identifico: "Cada qual sabe amar a seu modo, o modo, pouco importa, o essêncial é que saiba amar." E eu acredito que é isso mesmo, as pessoas não são iguais, o amor não precisa de receita para ser verdadeiro, o amor verdadeiro é aquele que está #modeon nos momentos incertos, na hora que o caos chega quando tudo está fluindo bem, quando está perto ou geograficamente distante, nas crises mensais de TPM que transformam as mulheres mais pacifistas em verdadeiras espartanas, naquele dia que você se vê como o Michael Douglas em um dia de fúria, quando as finanças estão indo de mal a pior tipo Crise de 1929, quando você erra e reconhece o quão falho foi ou é em determinadas situações e coloca as Havaianas de Pau da humildade, pede perdão e sabe perdoar, quando vc está ciente e aceita com alegria que o vigor, a pele de pêssego e que aquele corpo que tem mais curvas que a própria estrada de Santos dos vinte e poucos anos está dando lugar a fragilidade que está chegando junto com a melhor idade e os fios charmosos de cabelos brancos que revelam sua experiência. Enfim, vivemos criando objetos, receitas, aplicativos, modos de fazer, jeitos, trejeitos, trajetos e uma infinidade de coisas para tornar a vida mais prática, menos estressante, mais interessante, mais aprazível. Quando formos menos de nós e vivermos o amor com todas as adversidades, na sua essência, simplicidade, "in natura" então veremos que é mais simples que bolinho de chuva e pingado com pão na chapa de padaria.